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Catch a Bat

One and Poli

Gerrit Rietveld Acedemy

Preço normal €49,50

Taxas incluídas.

OUVIR / LISTEN:
catch a Bat, No Escape, Under the Baobab, Canta, canta para o Peixe Diabo

Original 1985 copies direct from the source. Warehouse copies. Vinyl as new, some sleeves may need a touch of glue along some edges. Includes original A4 press release.

"Catch A Bat" documenta as investigações, conclusões e trabalhos de Simone Simons que culminaram na sua apresentação sob forma de exame final em Design Audiovisual na Academia Gerrit Rietveld, em Amesterdão. 1985. Em colaboração com Peter Bosch, o LP sintetiza então esse trabalho académico em oito faixas onde sons recolhidos são organizados em conjunto com instrumentos "étnicos" e outros feitos em casa. O todo já se aproxima do interesse manifestado por ambos os artistas em teatro, video, dança, performance, um desejo de integração de artes comum a muita música sua contemporânea que se escuta com prazer no século 21. Estilisticamente e mesmo - digamos - tecnicamente, "Catch A Bat" não encontra uma zona cronológica precisa onde se colocar. Aquilo que poderia ter resultado em exotismo mais ou menos gratuito, a tentativa de replicar atmosferas que para pessoas do centro da Europa são "diferentes", acaba na verdade por revelar uma geografia muito própria e que até trai a sua origem europeia. A música soa cuidadosa, composta e executada com propósito e respeito pela inspiração que veio de fora (Sul de Espanha, por exemplo, onde Simone se inspirou na observação de morcegos) e pelo modo como escolheram processá-la através de computador e sintetizador. Tem-nos ocorrido uma espécie de comparação conceptual com certos discos da série Made To Measure, mas ocorre também que a liberdade formal escutada neste LP escapa a qualquer categorização fácil e, apesar de nitidamente artística, seduz naturalmente fora da Academia. "Canta canta para o peixe-diabo", no lado B, tem a voz de uma pessoa próxima, José Salvador, pessoa de jornada longa que saiu de Portugal ainda na década de 1970 e fez vida, trabalho e coisas para mostrar a partir de Amesterdão, como o estúdio Portland. Em 1990 fundou a editora TINK (Tomorrow Is Now Kid), ainda activa, também foi MDA (Mundo de Aventuras) e isto é só que surge repentinamente na memória do contacto com o seu nome. A sua colaboração em "Catch A Bat" acontece por via de Rik Zwaan, que partilhava um squat com Simons e Bosch e que já gravara com José Salvador no Portland. Salvador andava por ali como parte do seu circuito social de amizades, Simone pediu-lhe para traduzir e ler um texto seu, atraída pela sonoridade da língua portuguesa. Ela é assim integrada numa realidade musical sem terra de origem, à deriva pelo espaço humano e, sem dúvida, animal.