
X-Ray Eyes
LCD Soundsystem
O regresso dos LCD Soundystem depois de inúmeros fake-outs não era de admirar e não surpreendeu ninguém (há uma tendência nas bandas com uma certa idade de engajarem com estas manobras... ignoremos). Mas há aqui uma maturação audível e louvável - "X-Ray Eyes" é minimalista na sua abordagem, tanto na sua estrutura como nos elementos apresentados. Linha de baixo com uma progressão semitonal, de mudanças subtis na sua ressonância e com um padrão de bateria quase inalterável; produção vigorosa, música intemporal, com os códigos da disco e da pop cruzados, qual fórmula para uma boa canção moderna. James Murphy canta sobre um poder não muito diferente dos óculos de "They Live", de John Carpenter. O que há de surpreendente no novo maxi da banda nova iorquina? É a capacidade de ficar agarrado à nossa memória, com a sua simplicidade, eficiência e carácter quase jocoso: o solo de flauta, que se repete pelo meio e pelo fim do tema, é dos punctums sonoros mais contagiantes que ouvimos nos últimos anos. Pode ser bizarro e até comédico, mas ultimamente soa bem, diferente, no meio de uma faixa que nunca pediria tal coisa. Não somos particularmente fãs das manobras de marketing desta banda, mas é de louvar quando um single tem este efeito sobre nós. A idade não é uma penalidade, como James Murphy gosta tanto de nos fazer lembrar - "X-Ray Eyes" é a prova disso. O merecido e triunfante regresso da DFA? Só o tempo dirá. Mas sabe bem passarmos por aqui.