
Leave Another Day
Milan W.
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Depois de um longo percurso de 10 anos, Milan W. desagua em “Leave Another Day” e apresenta um dos mais singulares discos do ano. Universo próprio, com uma maneira especial de fazer canções, mais próxima da hipnagogia corrente (Dean Blunt, em especial, vem à cabeça e aos ouvidos) e mais distante das tradições pop habituais, já que pelo disco há temas que fogem completamente à ideia de canção e que mais depressa serviriam propósito num disco experimental (ouçam “Wanda” e contem-nos o que vos evocou este tema). Milan Warmoeskerken canaliza os fantasmas que assombram a sua psique e transforma-os em melodias delicadas e em atmosferas pastorais, criando um ambiente idílico por onde passam, diáfanos, os seus pensamentos e introspecções sob a via da sua voz. Languidez própria de sonhos campestres, “All The Way”, por exemplo, soa ao hino indie que nunca foi, rivalizando com os pares americanos em tudo menos na popularidade, lembrando ainda os delírios oníricos de Deerhunter, com guitarra jangly. Sobre dedilhares psicadélicos há um instrumento de sopro e a voz grave em “Face to Face”, bem como os arranjos de cordas em “Days in My Arms” que evidenciam mais de um dos génios da música indie deste ano. O dueto voz feminina/masculina a lembrar a dupla Blunt/Robertson ou Blunt/Copeland também nos conquistou. Milan W. nas paráfrases certas.