10000 Russos
10000 Russos
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É sempre uma possível medida do sucesso de algo ver a distância a que as coisas chegam. Como algo que precisa de ser arremessado. No caso do rock, “arremessar” é uma boa palavra, porque a electricidade ajuda-nos a visualizar o kick das coisas. Na mesma altura em que as Pega Monstro editam na Upset The Rhythm o seu “Alfarroba”, preparando-se para abraçar os palcos da Europa este mês, os 10000 Russos estreiam-se nos discos com a ajuda da Fuzz Club, depois de terem ficado bem impressionados com a prestação no festival Reverence Valada, no ano passado (já agora, podem vê-los novamente este ano, no último dia do evento, antes de Amon Duul II). Casamento feito, eis o álbum homónimo de João Pimenta e Pedro Pestana (Alto!, Green Machine ou Tren Go! são algumas das outras paragens deles) que coloca os 10000 Russos lá, onde nem todos chegam. Se é verdade que a massa sonora é sempre fiel ao trote fuzz dos Spacemen 3, este testemunho é quase sempre uma homenagem que transporta o resto das suas canções para outros locais onde os dois Russos exercitam o gosto pelo rock puro (“USVSUS” é, nessa medida, perfeito, com baixo imperturbável e guitarras faiscantes que ocupam todo o campo de visão). Tudo bem feito, tudo certo, tudo equilibrado – mas, infelizmente, sem aquele toque que desequilibra, mas com a vantagem de não ter nenhum toque que desequilibra.