Gold Record
Bill Callahan
LISTEN:
CLIP1 - CLIP2 - CLIP3 - CLIP4 - CLIP5
2020 trouxe muitas coisas surpreendentes. Uma delas, um novo álbum de Bill Callahan. Era difícil adivinhar que depois dos seis anos que se teve de esperar por “Shepherd In A Sheepskin Vest”, o norte-americano voltaria passado um ano, com um “Gold Record”. “Gold Record” por muitos motivos. Mas um principal: merecia-o. Para celebrar isso, dez canções que são apresentadas como singles e que são, de facto, singles. Viagens separadas, novas, histórias gloriosas que cabem em menos de cinco minutos, grandiosas como o livro de canções de Callahan. O inesperado “Gold Record” soa a um disco nu quando comparado com qualquer viagem que Callahan iniciou com “Woke On A Whaleheart”. As dez histórias fazem com que o disco não precise de história, nem contexto, apenas a ideia de que são dez temas, inéditos, que vivem num contexto de best-of imaginário. Porque, sim, as canções são assim tão boas. O formato permite ao ouvinte fugir da auto-análise – verdadeira ou mentira – e entrar a fundo nas narrativas que fluem como uma viagem de carro: a capa não é despropositada, “Gold Record” é um “road record”, 40 minutos para várias viagens numa, dentro de um carro ou não, com estrada iluminada ou sem estrada pela frente. Bill Callahan em forma – de ouro, desculpem repetir tantas vezes, mas isto é um luxo – para um ouvinte de ouro. Um “Gold Record” inesperado para um ano diferente dos outros. E um ano diferentes dos outros precisava de um dos melhores discos de Bill Callahan para também ser um ano melhor do que os outros. Pelo sim pelo não, oiçam-no. É ouro.