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Live in Keele 1977

Can

Spoon

Preço normal €16,00

Taxas incluídas.

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Fase tardia de Can, já sem Damo Suzuki e com Holger Czukay longe do baixo, concentrado no domínio de sons de rádio e outras frequências transcendentes (com Rosko Gee incumbido das quatro cordas), Keele 1977 prova que a Spoon está a deixar os melhores para o fim. Som intensamente psicadélico, talvez pela performance em terras britânicas, onde o ocultismo e todo o legado da psicadélia serviu de inspiração, nem que seja inconscientemente. O primeiro tema revela uma criatividade desenfreada, com a guitarra de Karoli a groovar por cima das teclas provocantes de Schmidt e do ritmo certeiro de Liebezeit, dando lugar a uma comunicação intensa entre todos os instrumentos, sem se interromperem nem sobreporem, qual evidência da mestria em diálogo musical. Muitos dizem que estes são os melhores anos ao vivo de Can, apesar da amena recepção da discografia pós-Future Days. Do que ouvimos de Keele 77, consideramos ser uma prova viva da espontaneidade imaculada de Can, cuja comunicação se revela como um código quase indecifrável, no sentido em que há pouco que explique a coesão e a simbiose que os membros do núcleo-duro da banda tinham entre si. Espécie de milagre musical de improviso, os temas não estão longe do contínuo do rock alemão da altura, estruturalmente não muito diferentes dos temas improvisados de Agitation Free, por exemplo, mas com aura diferenciadora no que toca aos diferentes espectros sónicos aqui revelados. Cinco músicos no cume da sua criatividade, podemos considerar Keele 77 o Monte Evereste dos discos ao vivo de Krautrock.