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In Dreams

Duster

Numero Group

Preço normal €29,50

Taxas incluídas.

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O que começou como um dos mais influentes trios no contínuo do indie/rock dos anos 90 (e de forma transversal aos outros projectos do grupo, como Helvetia ou Valium Aggelein), influenciado por e sendo influência para o movimento slowcore e shoegaze em iguais partes, acabou por ser das bandas que mais saudades deixou depois do longo hiato na sequência dos brilhantes “Stratosphere” e “Contemporary Movement” (também reeditados pela Número Group há não muito tempo). Como boa tradição no eixo da música emo, houve reunião e, com ela, o regresso ao estúdio. Agora sem o baterista Jason Albertini, Clay Parton e Canaan Amber continuam o legado de Duster. “In Dreams” é já o terceiro depois do regresso, pontuado com êxitos sucessivos (incluindo a brincadeira na internet com o Sísifo e a “Me and the Birds”), na linha dos primeiros discos: voz quase sussurrada, débil, a fraquejar nos lamentos de más decisões, sentimentos incompreendidos e uma sensação de assombração constante, tudo isto num contexto sideral, meio sci-fi ou distópico, não muito longe das turbulências mentais das personagens de um romance de Philip K. Dick e das sónicas de bandas como Failure, Hum ou o peso das guitarras distorcidas, habituais em bandas californianas. Música para nos arrastarmos em céu aberto, com possibilidade de levitação até ao espaço: em "Aqua Tofana”, há transcendência através dos acordes em vibrato, sobrepostos por cima dos gentis dedilhados e do vagaroso ritmo. Aura de inacção estéril, o melhor momento do disco é quando Duster nos surpreendem com novos truques, tal e qual como acontecia nos grandes momentos da primeira encarnação da banda. “No Feel”, com carga de graves inimitável, sugere que o grunge passou pela lista de influências dos músicos aquando da escrita deste novo disco. Singularidade em rock independente, qualquer disco de Duster é um ponto obrigatório de passagem para todos os que se interessam pelo que se pode ou não fazer dentro das gramáticas do rock.