Electricidade Estética
DWART
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Colecção mais alargada de faixas do projecto DWART, após "Taipei Disco", em 2018. Tudo construído em torno de "Mate", a única faixa editada deste projecto de António e Manuela Duarte (apareceu no segundo volume de "Música Moderna Portuguesa", na Dansa do Som, em 1986). "Electricidade Estética" revela uma classe de música em linha com explorações suas contemporâneas, uma fina separação entre pop e vanguarda, que desencobre uma outra sensibilidade no Portugal a que estávamos habituados. Ressonâncias de Durutti Column em faixas como "Swing da Rocinha" e "Opala" (ambas com Nuno Rebelo), cruzadas com um certo flow cósmico apanhado ainda sobretudo de discos alemães nos 70s, uma saída do rock, um escape e, mais do que isso, um escape ao conformismo luso vigente nos meios de divulgação que poderiam fazer a diferença. Também com Bernardo Devlin em algumas faixas, toda esta música existiu apenas no arquivo de António Duarte, enquanto a vida acontecia, e foi cuidadosamente restaurada para que possa tocar outras pessoas enquanto documento. Entre ambientalismo bem texturado e uma certa placidez de beira-mar, "Electricidade Estética" abre, então, vias para mistérios que nunca fizeram parte de uma cena musical sustentada, eram antes ideias de expansão de horizontes colocadas em marcha por individualidades que pensavam diferente e, igualmente importante, não aceitavam a pressão do mercado para se ajustarem ao que seria requerido para impacto nas lojas e nos media. Bonito, elegante, próximo.