Commercial Mouth
Jar Moff
Cada lado é composto por uma peça. 10-15 minutos de pura demonstração do poder da música, oportunidade quase oferecida pela editora para alguns músicos se moverem naquele espaço (ampliando ou reduzindo a sua área de acção). Não é um exclusivo, mas é frequente acontecer, e é engraçado o modo como acontece com Jar Moff, um grego ainda pouco habituado a estas andanças de edições, que exercita neste “Commercial Mouth” uma hipótese de som maduro com claras influências de Ghédalia Tazartès mas com uma visão tridimensional muito própria de um Madlib. Falamos em Madlib porque o modo como Jar Moff reúne e trabalha os diferentes elementos é mais do que um simples trabalho de colagem, mas um veículo interdisciplinar para reunir sons que há uma década talvez estivessem muito separados e que hoje se misturam e acasalam em muitas das múltiplas edições no campo da electrónica / electro-acústica dos últimos três anos. Mais do que um académico ou produto de uma certa escola, Jar Moff é dos primeiros compositores que surgem com um curso já feito nesta nova experiência (ou experiência reinventada) da electrónica. Por isso “Commercial Mouth” soa a algo fresco, mesmo sem o ser. Sangue novo.