U.F.O.
Jim Sullivan
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Em 1968 e 1969 David Axelrod editou “Songs Of Innocence” e “Songs Of Experience”, respectivamente. Não há nada que indique na história de Jim Sullivan que ele alguma vez se tenha encontrado com Axelrod, mas o seu primeiro álbum, “U.F.O.” é uma trip de acid-folk com uma secção de cordas que toca no Axelrod desses dois discos. Pode não parecer muito, mas esse “pequeno” factor transforma Sullivan em algo muito especial. O modo como Sullivan absorve a Americana e a transforma em canções folk-pop tremendas e únicas torna-o importante nesta fronteira entre os 60s e os 70s, onde há uivos de Fred Neil, fantasmas da Stax e da Motown e um pouco da tristeza de Elvis quando este visitou Memphis. Pense-se neste álbum como sendo um dos dois que Sullivan editou (o outro, homónimo, é de 1972) e no mito à volta da sua existência, a bem dizer, à volta da sua morte – desapareceu misteriosamente em Março de 1975 numa estrada no Novo México, supostamente por ligações pouco claras que o próprio tinha com a mafia. É assim que, quase sem querer, Jim Sullivan gravou um disco lindo sobre estrada, sobre andar na estrada, sobre os sentimentos e atmosferas que se poderiam manifestar – imaginamos nós – ao entrar numa estrada sem destino naqueles anos. Uma reunião de sons da América dos anos 60, compreendidos e interpretados por um homem que soube visualizar o que se passava em redor no seu tempo. Coisa difícil ser tão preciso, tão certeiro. Se o é nos dias de hoje, imaginem há mais de quarenta anos. “U.F.O.” é “aquele” disco que faltava descobrir. Há muitos assim, mas este, dizemos nós, é mais especial do que os outros.