MAYA -Special Edition
M.I.A.
Já não se contesta a importância de M.I.A. no contexto musical contemporâneo, sobretudo depois de “Paper Planes” ter sobrevoado Hollywood e ter ajudado o exotismo da cantora e compositora a atingir um patamar de visibilidade que, se visto agora parece justificado, ainda custa a aceitar quando tamanha violência sonora penetra no mainstream. “Maya” (simplificando a grafia) não provoca as mesmas surpresas, mesmo que ela as tente provocar – “Born Free” acabou por ser mais falado pelo lado gráfico do seu vídeo (realizado por Romain Gravas) que pela sua música e Maya acabou por usar e abusar da desinformação e polémica para aparecer na imprensa. Este é, aliás, o seu disco onde se sente que a sua intromissão no mainstream já provocou alguns contágios, mesmo que a urgência ainda se sinta pelo meio do vendaval sonoro que arrasta grande parte das canções deste terceiro álbum. E mesmo que o poder do soco já não nos atinja, ainda não conseguimos encontrar relevantes descendências após 5 anos de M.I.A. Talvez seja o melhor elogio que consigamos fazer à sua arte. Ouçam e tentem ficar indiferentes.