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Not Really Now Not Any More

Ondness

Holuzam]

Preço normal €8,50

Taxas incluídas.
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Ao longo deste último século alguma da música electrónica tem existido com a importância do sonho, da nostalgia e da memória, presa a conceitos como hauntologia ou a hypnogogic pop num movimento paralelo. São conceitos que surgem na música ocidental, com particular incidência na britânica e na norte-americana. Um fenómeno de cultura popular, sim, mas também um de descoberta quando não há mais nada a descobrir. Ao longo da última década, Bruno Silva tem circulado à volta desses conceitos, ou melhor, com um pé dentro e outro fora. Bruno tem várias peles. Noutra vida já foi Osso, partilha os Sabre com Carlos Nascimento, também é Serpente e é muitas vezes Ondness, sendo a cassete o formato de eleição. O terceiro lançamento da Holuzam é uma cassete de Ondness: “Not Really Now Not Any More”. Temos sempre tendência para mitificar o futuro quando damos de caras com elementos desconhecidos. A música de Ondness em “Not Really Now Not Any More” cria uma viagem por metanarrativas que coexistem com a música electrónica e de dança da actualidade. Um constante jogo de encontros e desencontros, peças soltas que transformam Ondness em música de palpite. “Not Really Now Not Any More” ouve-se como uma adivinha constante. Um constante ping pong de ideias, que brotam, desaparecem e reaparecem noutro lado, como se cada acontecimento fosse um flashback de um flashback. Ao longo de dez temas, “Not Really Now Not Any More” completa-se na magnífica forma como assume que o excesso de ideias pode ser uma falta de ideias, e vice-versa. Ou seja, uma construção em constante movimento. Ouvi-lo de uma ponta a outra implica embarcar numa viagem sem retorno, assimilar que a cultura de fora pode existir perfeitamente cá dentro: e, melhor, servir-nos e servir lá para fora. Esse é o “pé dentro” de Ondness que se fala no primeiro parágrafo. Nada aqui é réplica, mas a realização de um universo próprio, concretizado com a real segurança de quem consegue apresentar pontas soltas como um produto final. Esse é o “pé fora”, a música de Ondness é única, irrepetível e um tratado sonoro sobre a modernidade.

Both the title and the contents of “Not Really Now Not Any More” have been inspired by the idea that we are constantly floating around unfinished ideas. The title is taken from a graffiti that inspired Alan Garner to write “Red Shift” (Mark Fisher wrote about it in his book/essay “The Weird And the Eerie”). The typo and the idea around “not really now not any more” serves this album perfectly well.

During its ten tracks, Ondness is constantly going back and forth on the way he explores soundscapes and how they can pair up with their own resolution. Nothing in “Not Really Now Not Any More” is really finished but also it isn’t unfinished. It’s a subtle idealization of the importance of accepting how things are. “Torre” starts and ends the album as two different songs sharing the similarities – not only the title – that encapsulate the whole essence of “Not Really Now Not Any More”.

“Esquina, Espera” points out this whole idea of never-ending construction, it’s dub-ska-industrial-techno perfectly crafted to make the listener feel the freakish anxiety that we have to be everywhere right now. It s pop-up music, constantly moving and fading away, reappearing with a new idea and then leaving it out in the open. It tells the listener about how it lacks ideas because it contains too many ideas.Those ‘too many ideas’ make this a perfectly fit record for 2019. Music that is everywhere and nowhere. But it s not loud or trying to show off. It lets the listener peel its skin and find the magnificent sci-fi extravaganza that “Not Really Now Not Any More” inspires. Going nowhere being somewhere. Do you feel me?