Wide Open Spaces
People Like Us / Matmos / Wobbly
A música de Vicki Bennett enquanto People Like Us respira uma torrente de liberdade e criatividade em volta daquilo que se entende enquanto música experimental / library e field recordings. E faz sentido que o seu trabalho tenha vindo a sair na Discrepant, uma editora que desafia completamente os propósitos desses géneros sem ambicionar aquela "quebra de fronteiras". Ou seja, a Discrepant tem no seu catálogo um conjunto colossal de música que está à margem do que se entende por x género, mas que o entende melhor do que muita música que se diz dentro. Esta actuação de Vicki com Matmos e Wobbly em 2002 tem uma forma livre, uma estrutura caótica, humor e uma forma de criar canções que exemplifica as experimentações com samples e o digital no final do século passado e no início deste. No meio do caos, os três coordenam ritmos do abismos, elevam o normal ao anormal e o anormal ao normal. Música que subjuga o ouvinte ao seu próprio estilo, ou género, e que o leva para a melhor viagem de todas. No fundo, faz o ouvinte sentir-se patriótico com aquilo que está a ouvir. Mesmo. Clássico.