Safe
Visionist
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É uma experiência diferente, ouvir este álbum depois de saber que a inspiração são os ataques de pânico que Visionist experimentou mais a sério em 2014. Desde a capa aos títulos (termina com “Sleep Luxury”), o álbum procura traçar o percurso de um ataque de pânico, na perspectiva do autor, isto é, quase que tornar público e palpável o desregulamento interno que acontece desde a subida inicial de tensão ao alívio que acontece na fase descendente. Musicalmente, ouvimos um conjunto de faixas muito perturbadas, complexas, com viragens bruscas, uma forte raiz na cultura bass britânica (grime, dubstep, IDM até, tudo condensado em emoções fortes mais do que em artifícios estéticos). Vozes sem rosto, pitch alterado, recordando Burial mas também o arranque consequente, há uns anos, da editora Tri Angle, a cena witch house (o que se lhe quiser chamar), “Safe” pode até ecoar a paranóia do filme com o mesmo título, embora no filme se crie uma angústia meio sufocante no espectador e, neste disco, o que acontece é antes uma imersão num turbilhão que também sufoca mas, por isso mesmo, não parece dar espaço, ao ouvinte, para se sentir angustiado. Sentidos alerta, serão necessários para que o disco vos toque.